A história dos 33 mineiros, presos durante 69 dias em um abrigo improvisado na mina San José, no Norte do Chile, depois de um desmoronamento, no dia 5 de agosto de 2010, impressionou o mundo inteiro, pela coragem e fé de cada um.
Recentemente, eles receberam um convite especial do ministro do Turismo de Israel, Stas Misezhnikov, para conhecer a Terra Santa. Os mineiros embarcaram no Chile nesta terça-feira (22) e fizeram uma breve parada no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, onde falaram ao Portal Arca Universal.
Superação
José Henriquez, de 56 anos, o único evangélico do grupo, demonstra ser um homem de muita fé. Ele conta que era ele quem organizava as orações dentro da mina, com o intuito de alimentar a esperança de cada um. “Eu sempre levei a Palavra de Cristo para todos. Dentro da mina também fiz isso”, orgulha-se.
Para a maioria deles, a fé foi o ponto crucial que os fortalecia para não desistirem do resgate. Nos primeiros 17 dias do acidente, não tiveram nenhum tipo de contato com o mundo exterior, portanto, não sabiam se havia alguma mobilização para um possível resgate. “Eu orava muito enquanto estive lá dentro, foi a forma que encontrei para superar o medo”, revela o sorridente Florêncio Ávalos, de 31 anos, o primeiro a ser resgatado, no dia 13 de outubro.
Em Israel, os mineiros terão uma rotina intensa. Primeiro, conhecerão Jerusalém e o Muro das Lamentações, depois disso, visitarão os principais pontos turísticos para o cristianismo, a exemplo do Rio Jordão, Mar da Galileia, Belém e Nazaré.
Desde que terminou o confinamento, eles receberam convites para viajar a muitos países. Já estiveram no Canadá, Alemanha, China e nos Estados Unidos, onde conheceram a Disney World. No entanto, para eles, nenhuma dessas viagens possui o peso de conhecer Israel. “Não se pode comparar. Eu sinto toda a diferença de viajar para lá. Em primeiro lugar porque poderei descansar, sentir um conforto espiritual e também agradecer muito por tudo o que aconteceu comigo. Claro, iremos passear bastante, mas antes de tudo eu irei agradecer (a Deus), sempre, em primeiro lugar”, emociona-se Ávalos.
Perspectivas
Como a maioria dos mineiros resgatados, Ávalos pretende continuar trabalhando em minas, o que, para alguns, é uma profissão de orgulho. “Acredito que depois de tudo o que aconteceu, o governo chileno dará mais atenção aos mineiros; se preocupará mais com a segurança. Eu pretendo continuar trabalhando em minas, apesar de não ser a vontade de minha esposa. Ela sente muito medo, devido a tudo que aconteceu”, pondera.
“A história deles foi, acima de tudo, uma prova de superação, fé e coragem, por isso receberam esse convite para conhecer Israel”, afirma Cleo Ickowicz, diretora do Ministério do Turismo de Israel no Brasil
Fonte: Arca Universal